Os países deveriam cuidar muito bem de quem passa por eles em conexões

Marcelo Spalding

Desde que descobri que havia uma praia na Colômbia com acesso ao mar do Caribe e boa estrutura, coloquei Cartagena na minha lista de desejos. Até que precisei, em outra viagem, fazer escala em Bogotá.

Primeiro que a Avianca é uma das piores que já peguei, em um dos voos as poltronas sequer reclinavam, sem contar a desorganização na hora do embarque e a antipatia de alguns funcionários. Depois que o aeroporto, pelo menos a área do embarque internacional, é pequeno para a quantidade de voos, tem raras tomadas para se carregar eletrônicos e preços em peso difíceis de entender, você só percebe que pagou caro na hora de ver a fatura. Mas o pior para mim não foi isso.

Em ambas as escalas, de ida e de volta, fomos submetidos à revista (pessoal e de bagagem) com um tratamento e frequência que nunca tínhamos visto. Fomos salvos pela boa fé e porque não houve nenhum engano, mas assusta, ainda mais por estarmos ali apenas de passagem (não entendo, aliás, por que isso se nós sequer saímos da área de embarque internacional do aeroporto...).

Não estou reclamando das abordagens em si nem do rigor, mas tanto rigor só pode me fazer crer que não é um lugar tão seguro, e a truculência da segurança não me deixa tranquilo para um eventual contato com a polícia depois.

Alguém dirá que no Brasil não é muito diferente, que no Rio de Janeiro não é muito melhor, nem mesmo em Porto Alegre. Mas faz diferença estar em nosso país, nosso idioma, nossas leis. Nunca tive e nem quero ter problemas sérios em país estrangeiro, lemos notícias vez que outra e a solução pode levar anos (pesquisa no Google “Motorista que ficou preso 2 anos na Rússia”).

Claro que é possível que Cartagena seja linda, a Colômbia mais hospitaleira do que pareceu, que essa minha impressão de algumas horas no aeroporto tenham sido apenas uma amostra ruim. Mas notem como seria importante que os países dessem mais atenção a esses turistas de passagem, em escalas. Por ora, Cancun e Aruba substituíram Cartagena na lista de desejos.

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