Marcelo Spalding
Caminhar livremente pelo Centro de Gramado ou Canela, sentindo o friozinho, conversando com seu parceiro e olhando as lojas e restaurantes era a melhor coisa de viajar para estas cidades, MAS ESTÁ FICANDO IMPOSSÍVEL.
Hoje você não só vai ser abordado a cada 50 metros por um insistente promotor de restaurante como se proliferaram os vendedores de cotas de não sei o quê. Você está dentro do seu hotel, de manhã cedo, logo depois de tomar café, e um chato desses vai te abordar. Dentro de uma famosa loja de chocolates, na saída um chato desses vai te abordar. Caminhando na rua, então, surgem do nada, perseguem, chamam insistentemente. Em Canela ficam plantados na frente da entrada da Catedral atacando quem entra ou sai. Pois é, os chatos tomaram conta.
Digo chatos para ser gracioso, sabemos que é muito pior do que isso, pois a abordagem é traiçoeira, começa puxando papo, oferecendo brinde, te leva pra uma sala e aí começa um blablabla interminável que ou te faz comprar uma cota cara que você não precisava ou no mínimo perder um tempão precioso da viagem e sair dali possivelmente depois de uma discussão ou cara feia. Sem falar nas intimidações, claro. E o pior, para depois ser abordado por outro e outro e outro.
A falta de clareza desse tipo de abordagem já deveria ser alvo de alguma instituição como o Procon, as mentiras e promessas de valorização imobiliária, com retornos ilusórios, deveria ser alvo de investigação da CVM. Mas o quanto isso prejudica a experiência do turista e a imagem das cidades deveria ser preocupação do Ministério Público e das próprias prefeituras. Sem falar que se é preciso tudo isso para vender um produto, será que ele é bom mesmo?
Agora ainda se somaram a esses chatos outros tipos de chatos, os que se denominam fotógrafo "oficial" de algum ponto turístico livre, oferecendo brinde e fotos. Já estou até sentindo falta dos ambulantes - curiosamente proibidos em Gramado - pois pelo menos com eles sabemos de cara o que está sendo oferecido, sem dissimulação e perda de tempo.
Andar no Centro livremente, em paz, então, não dá mais. O jeito é ir para um parque ou museu, há cada vez mais em Gramado e Canela. Se bem que adivinha quem vai abordar você dentro de vários deles também?
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